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Carona no Corona

A ideia de pegar carona surge quando não dispomos de condições individuais suficientes para irmos à um determinado lugar. Neste momento de pandemia mundial, onde a prevenção e os cuidados ocupam posição de destaque na agenda de todos nós, somos obrigados à pegar carona nisso tudo e agir com parcimônia e sabedoria.

Para onde vamos? Como serão os próximos dias? E depois dessa parada toda?

Tenho sentido e percebido uma preocupação enorme (e justificada) das pessoas em relação ao presente, ao que iremos passar e, sobretudo, aos próximos dias em relação aos negócios, economia e dificuldades que virão em maior ou menor intensidade.

Neste artigo pretendo apenas compartilhar uma reflexão sobre a tecnologia, o mundo on line e o mundo presencial – por mais amalgamado que tudo isso esteja – e os impactos nos comportamentos das pessoas.

De fato, acredito que a tecnologia seja um meio e não um fim. Num tempo em que reuniões e eventos estão sendo cancelados, isolamentos estão sendo recomendados e comportamentos estão sendo impactados, emergem oportunidades para novos problemas serem resolvidos.

Daquele maravilhoso pensamento de Alvin Tofler, que nos convida a pensar que os analfabetos do Séc XXI não serão aquelas pessoas que não souberem
ler ou escrever, mas sim aqueles que não souberem desaprender, aprender e
reaprender
, temos diante de nós um oceano de possibilidades que nos
convidam a zelarmos pela segurança e saúde de todos – individual e
coletivamente – mas que possamos encontrar algumas soluções no inédito – ou na combinação de algumas coisas que já temos consciência.

Perceba que dispomos de tecnologia que nos conecta e aproxima sem a necessidade do deslocamento ou da presença real, mas estamos impregnados de uma necessidade de um desconfortável e desconcertante isolamento.

Ao pensarmos sobre essa prática da vida atual, quero chamar sua atenção para a importância do movimento, afinal de contas se considerarmos todas as dimensões da nossa vida – física, mental, social, emocional e espiritual – a dimensão física é que pode ser materializada em nosso corpo, parece ser a mais flexível, maleável, modificável, justamente pelo fato de que pode ser o reflexo das outras dimensões e da soma desse ‘todo’. Magalhães (2008) evidencia que esse corpo pode se cristalizar, se tornando inflexível na exata medida da inflexibilidade que praticamos, através da estagnação e da perigosa rigidez de nossas crenças, emoções e pensamentos.


Podemos então considerar que o movimento é a chave para a mudança do corpo, pois ao nos movimentarmos, movemos o sistema todo, iniciando processos de ruptura de algumas crenças que impossibilitam e / ou proíbem, fazendo com que surjam novas possibilidades nesse mesmo sistema que se modifica.

Como se movimentar em tempos de Coronavírus, onde temos que “parar” mas sabemos que não podemos estagnar?! Neste contexto mundial a questão fundamental é: o que faremos com nós mesmos? Transformar experiências negativas e/ou positivas pela qual passamos na vida em algo potencialmente efetivo para o crescimento pessoal. Isso passa pela ressignificação!

Ressignificar é perceber que nem tudo que vivemos é tão ruim ou tão bom assim; que é possível sair muito mais forte de toda experiência vivenciada, tendo a oportunidade de aprender com situações boas e ruins e modificar aquilo que é possível modificar.

Finalizo com um pensamento do futurologista britânico Ian Pearson: Ensinar às pessoas habilidades para a vida, como se tornar melhor em alguma atividade, será muito importante em uma situação em que teremos mais tempo para aprender coisas por conta da redução de trabalhos repetitivos”.

Avante! Aprenda! Desaprenda! Reaprenda! Atualize-se! Movimente-se no sentido amplo do conceito (mental e espiritualmente nestes tempos de mudança) e percorra novas trilhas… Com segurança, higienização e atenção seletiva às orientações das autoridades especializadas.

Rony Tschoeke

 

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