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O papel da ingestão de nutrientes para a saúde óssea

Confira o artigo escrito pela Nutricionista Daher RCS: Saúde óssea e ingestão de nutrientes entre adultos e idosos assistidos pelo Programa Médico de Família do município de Niterói – Rio de Janeiro, Brasil. 2015. Projeto de dissertação de Mestrado em Saúde Coletiva, Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2015.

Introdução: A saúde óssea pode ser afetada por um conjunto de alterações metabólicas que predispõem ao maior surgimento de osteopenia e osteoporose e por consequência o maior risco de fraturas. A ingestão de nutrientes, como proteína, cálcio, fósforo, ácido fólico, vitaminas D e do complexo B pode exercer papel fundamental na manutenção da saúde óssea, participando da prevenção e tratamento de agravos relacionados ao prejuízo ósseo. Objetivo: Avaliar associação entre a ingestão de nutrientes e densidade mineral óssea entre adultos e idosos assistidos pelo Programa Médico de Família (PMF) do Município de Niterói – Rio de Janeiro, Brasil.

Métodos: Estudo observacional transversal com indivíduos atendidos pelo PMF de Niterói. Um total 414 (63% mulheres) participaram da investigação. A saúde óssea foi avaliada pela DMO total do corpo, estimada por meio da técnica padrão-ouro DXA e classificada segundo a recomendação da Organização Mundial da Saúde. O consumo alimentar e a ingestão de nutrientes foram estimados pelo Questionário de Frequência Alimentar (QFA) semiquantitativo validado para adultos do Rio de Janeiro. Foram testadas possíveis variáveis de confusão: idade, raça, renda, escolaridade, obesidade, menopausa, tabagismo, uso de bebida alcoólica, atividade física, índice de massa magra, índice de massa gorda e circunferência de cintura. Foi proposto um modelo teórico hierarquizado, no qual o nível mais proximal foi caracterizado pela ingestão de nutrientes. Verificou-se a associação de cada variável presente em cada bloco com a DMO total do corpo e segundo componentes corporais por meio de regressão linear simples e regressão linear múltipla stepwise. Analisou-se a associação da ingestão de nutrientes independente de potenciais fatores de confusão presentes nos demais blocos hierárquicos. Estimaram-se modelos específicos segundo o sexo. Resultados: As prevalências de osteopenia e osteoporose em mulheres na pós-menopausa foi de 47% e 8%, e nos homens acima de 50 anos de idade foi de 34% e 7%, respectivamente. Das mulheres não menopausadas e dos homens com 50 anos ou mais de idade, 23% e 35%, respectivamente, apresentaram baixa massa óssea para idade. No modelo final, a DMO total do corpo foi associada com a raça, circunferência de cintura, índice de massa magra, idade e menopausa (p<0,01) entre as mulheres, não sendo verificada associação da DMO com nenhum nutriente investigado. Entre homens, a DMO total do corpo foi associada com a raça, tabagismo, atividade física, índice de massa magra, idade, ácido fólico (p<0,01) e vitamina B6 (p=0,04). Resultados similares de associação foram observados quando se considerou a DMO da coluna lombar e do fêmur. Conclusão: O presente estudo apontou para a associação independente da ingestão de vitamina B6 e ácido fólico entre os homens. Nenhum nutriente investigado foi associado à DMO entre as mulheres. Para homens, os fatores modificáveis atividade física e tabagismo mostraram-se associados à DMO, indicando que o aumento da atividade física e a redução do tabagismo podem ser mudanças relacionadas ao estilo de vida que poderiam evitar a perda de massa óssea no sexo masculino. Para ambos os sexos, ser branco, ter um menor índice de massa magra e idade mais avança representaram menores valores de DMO. Esses achados foram similares aos encontrados na literatura. Contudo, o presente estudo não confirmou o papel da ingestão de nutrientes reconhecidamente importantes para a saúde óssea, como o cálcio e vitamina D, em ambos os sexos. Além disso, não foi verificada a participação da ingestão de nenhum nutriente testado com a DMO entre as mulheres. Porém, acredita-se que entre as mulheres as mudanças hormonais causadas pela menopausa representem os principais aspectos de alterações na DMO no sexo feminino. Entre os homens ingerir maiores quantidades de vitamina B6 e ácido fólico representou maiores valores de DMO. Finalmente, é importante que homens e mulheres sejam encorajados a ter hábitos de vida saudáveis que incluem o aumento da prática de atividade física, redução do tabagismo, aumento do índice de massa magra e hábitos alimentares saudáveis a fim de potencializar a manutenção e evitar a perda de massa óssea ao longo da vida. Palavras chave: Nutrientes; Dieta; Densidade Óssea; Adulto; Idoso Nutricionista: Raquel Cremonez Daher www.promovesaude.com.br

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