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O que a atividade física pode fazer contra a obesidade?

ATIVIDADE FÍSICA E OBESIDADE obviamente são temas relacionadas.
Mas perceba nessa entrevista com o Profissional de Educação Física Diego Spinoza dos Santos* qual o verdadeiro papel da atividade física em relação ao controle do peso corporal.

*Diego Spinoza dos Santos é Profissional de Educação Física e trabalha na Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, possui especialização em Atividades Físicas para grupos especiais e em Saúde da Família. Também é membro da Câmara Técnica de Saúde do Conselho Regional de Educação Física do Paraná (CREF9/PR).

RONY: Segundo estudos a inatividade física é o quarto maior fator de risco para desenvolvimento de doenças crônicas. Além disso, neste ano foi publicada uma pesquisa dizendo que o problema do aumento da Obesidade é a falta de atividade física. O exercício físico tem um papel tão decisivo assim no controle da Obesidade?

DIEGO: Primeiramente, é necessário destacar que esta pesquisa foi financiada por uma gigante do ramo de bebidas açucaradas, que não preciso dizer o nome, portanto existem outros interesses por trás desse estudo. Existe sim uma relação entre inatividade física e Obesidade, mas não é possível escapar dos efeitos de uma má alimentação apenas fazendo mais exercícios.
Se analisarmos os dados de pesquisas sobre o nível de atividade física da população, e no caso brasileiro podemos pensar na pesquisa VIGITEL, vamos encontrar a informação que a cada ano mais pessoas tem atingido a recomendação mínima de 150 minutos semanais de exercício. Por exemplo, entre 2011 e 2014 este índice cresceu 16%, contudo mesmo assim as taxas de Obesidade só aumentam no país.
Uma outra pesquisa feita nos Estados Unidos, desta vez sem conflito de interesses publicada esse ano, mostrou que entre 1988 e 2006 o nível de atividade física da população de lá aumentou em 47% entre os homens e 120% entre as mulheres, e mesmo assim o excesso de peso atinge aproximadamente 60% da população americana. O mais impressionante dessa pesquisa é que eles constataram que para a mesma quantidade de calorias ingeridas e gastas, atualmente as pessoas engordam mais. Resumindo, atribuir toda essa responsabilidade para atividade física não é a melhor estratégia para enfrentar o problema.

RONY: Se as pessoas têm se tornado mais ativas fisicamente e mesmo assim as taxas de Obesidade só aumentam, ainda persistem as recomendações de fazer mais exercício para emagrecer?

DIEGO: Sim, primeiro pelo que você mesmo comentou de que a inatividade física é um fator de risco importante para várias doenças e somada a Obesidade só piora a condição de saúde da pessoa. Além disso, o exercício físico regular é um importante aliado para estimular outros hábitos saudáveis de vida, como por exemplo cuidar da alimentação, parar de fumar, etc. Especificamente na questão do emagrecimento é importante destacar que o exercício físico ajuda, mas é preciso que seja utilizado o tipo e a intensidade adequadas para esse objetivo, algo que somente um profissional de Educação Física vai poder para definir, em conjunto com a pessoa, respeitando suas individualidades, limitações e interesses.

RONY: Com base nisso que você falou de buscar o tipo e intensidade adequados para que o exercício físico colabore no processo de emagrecimento, o que podemos deixar de recomendação para os nossos leitores?

DIEGO: Mais uma vez é importante destacar a necessidade de buscar orientação profissional. Hoje a ciência tem nos trazido novas tendências para o exercício físico com o objetivo de emagrecimento. Devemos quebrar o paradigma de que precisamos passar horas nos exercitando para conseguir emagrecer. Atualmente, já temos evidências bem consistentes de que exercícios de curta duração, mas com intensidades altas são as melhores opções para atingir esse objetivo. Além disso, o treinamento com pesos, que pode ser a musculação, também é essencial nesse processo. Como nem todas as pessoas vão conseguir realizar os exercícios na intensidade necessária logo no início do programa, eu reafirmo que é importante consultar um Profissional de Educação Física. Ele pode fazer uma avaliação criteriosa e identificar se há necessidade de avaliação de algum outro profissional de saúde antes de iniciar esse programa de exercícios.

Muito obrigado Prof. Diego!

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