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Adesão e a química cerebral !

O desejo de quem implanta um programa de qualidade de vida numa empresa, quer seja o contratante ou o fornecedor contratado para isso, certamente é que as pessoas se interessem pelas ações ofertadas e participem regularmente disso tudo…

Na prática nem sempre é assim, porque muitas vezes as pessoas à quem o programa é oferecido não estão prontas a consumir tais serviços. E eu quero de imediato destacar que isso vai além daqueles passos “obrigatórios” que antecedem uma boa implantação: pesquisar o perfil das pessoas e da empresas; as necessidades e os objetivos; realizar uma diagnóstico inicial; cruzar dados com outros departamentos como RH e Medicina Ocupacional / Segurança do Trabalho + Sinistralidade do plano de saúde; mobilizar e sensibilizar as lideranças primeiramente; formar um comitê para construir um programa em conjunto com pessoas da empresa que irão consumir o programa; planejar as etapas de lançamento e implantação e aí sim chegar ao dia a dia do programa, com a prestação dos serviços selecionados de acordo com tudo o que foi falado. E claro fazendo a gestão disso de forma regular!

Em síntese, quero chamar a atenção para o fato de que, por melhor que seja a semente a ser plantada (o programa!), é vital conhecer e preparar o terreno onde essa semente será plantada (o cliente!). Parece óbvio não é mesmo e muitas vezes isso também é feito, porem com resultados pouco satisfatórios…

Onde estaria o problema?

Certamente a solução é multicausal e multifatorial, mas hoje pretendo explorar um pouco a adesão aos programas de qualidade de vida considerando o funcionamento da química cerebral das pessoas. Aceita seguirmos por essa linha de reflexão? Sim?!

Então vamos prosseguir lembrando que na década de 1990, por exemplo, o então presidente do EUA – George Bush – declarou os anos 90 como “A década do cérebro”, o que apertou o gatilho de profundas e intensas pesquisas nom mundo todo dentro de uma dos mais fascinantes mistérios do universo: o cérebro humano!

O Dr. Steven Koltler escreveu em seu livro West of Jesus: Surf, Science and the Origins of Believe (A Oeste de Jesus: Surf, Ciência e a Origem da Crença) achados valiosos sobre a natureza química do cérebro, oriundo das pesquisas conduzidas pelo Dr. Andrew Newberg, chefe do Departamento de Medicina Nuclear da Universidade da Pensilvânia. Kotler produziu a obra após ter contraído  a Doença de Lyme (infecção geralmente causada por uma picada de carrapato), que nos estágios iniciais pode incluir erupções subcutâneas e sintomas parecidos com a gripe, além de manifestações musculoesqueléticas, artríticas, neurológicas, psiquiátricas e cardíacas, que o debilitaram a tal ponto que começou a surfar para recuperar suas forças.

Trago suas conclusões sobre isso e te convido a pensar na adesão dos programas de qualidade de vida, considerando justamente o que cada participante (ou não participante) pode sentir a respeito daquelas ações e do significado delas para sua própria vida:

Newberg indetificou uma seção no cérebro chamada Orientation Association Area (Área de Orientação Associativa – AAA). Escaneamentos no cérebro mostraram que as pessoas envolvidas em meditação ou concentração religiosa bloqueiam o processamento de informações sensoriais a partir dessa área. O que isso quer dizer?

“Nenhuma informação chega, nenhuma informação sai. Mas a cada milésimo de segundo, o sistema límbico pergunta ao cérebro um monte de questões de segurança e proteção: Onde estou estou? Existe alguma ameaça por aqui? Essas perguntas são direcionadas ao AAA (Área de Orientação Associativa), mas como esta área está fechada naquele momento (pela meditação, por ex) nenhuma resposta é dada. Rapidamente um feedback de retorno é desenvolvido e o cérebro exige uma resposta. Quando isso acontece, o cérebro não tem escolha a não ser perceber que esse ego infinito, sem limites está ligado com tudo naquele momento!!!!!”

Dessa forma, quero chamar sua atenção para o fato de que Kotler nos mostra que o mesmo foco e a mesma concentração necessária para meditar é também exigido na ação dos esportes de aventura, especialmente em situações de alto risco – o que explica por que os surfistas vivenciam uma sensação de plenitude quando pegam um tubo enorme e praticamente entram em sintonia com as ondas…

Então é isso? Tudo tem a ver com a química cerebral?

Como eu escrevi no início do artigo, “tudo” é algo amplo e complexo, sobretudo relacionado à adesão aos programas de qualidade de vida, mas vou concluir descrevendo o seguinte (concentre-se nesses últimos parágrafos e vivencie esse momento agora):

  • Nossas experiências fazem parte de um processo contínuo ao longo da vida. Num nível mais baixo temos apenas simples experiências estéticas das situações. Em patamares mais elevados podemos alcançar sensações plenas e gratificantes. A constante que parece definir isso nesse espectro de experiências “espirituais/ mentais / cerebrais” é a atenção concentrada.
  • Perceba que: quando sua atenção torna-se verdadeiramente focada em algo que é muito bonito, como um por-do-sol, você praticamente perde o senso de tempo e espaço – como se você estivesse completamente absorvido por aquele momento!!! Por um instante você sente-se unido àquele entardecer. E o mesmo processo acontece continuamente até surgir um tipo de sensação de absoluta união no estágio final daquele fato. No meio dessa jornada, Kotler nos lembra que existe uma série de outras coisas, incluindo um estado de fluidez que geralmente os atletas tendem a experimentar…

Eu, Rony Tschoeke, acredito que existe um alquimia poderosa de cada experiência vivida com nossa química cerebral!

Te convido, nessa linha de raciocínio, a (re) pensar em suas atividades profissionais, em seus programas, em suas ações e propostas como sendo uma efetiva e prática oportunidade de proporcionar experiências vivenciais mais intensas, plenas e com significado, as quais movimentarão substâncias químicas no cérebro dos participantes e poderão influenciar no processo decisório deles em relação a continuarem no programa ou abandonarem por não terem sentido boas sensações com aquilo que lhes foi oferecido!!!

Experimente e perceba suas próprias sensações a partir disso…

Um abraço!

 

2 Responses to Adesão e a química cerebral !

  1. CLEIDE STRAUB BICALHO

    Excelente artigo, na prática a identificação dos interesses coletivos de uma empresa quanto a saúde do seu efetivo, nem sempre estão alinhadas com as propostas de um programa, o que dificulta não somente a adesão, mas ainda a logística de todo um processo de trabalho, que visa a performance do programa em qualquer linha de atuação.

    Sem dúvida há de se considerar as necessidades básicas e partir do individual ao coletivo, talvez assim, a adesão possa ter uma melhoria .

    • promovevoce

      Muito obrigado pela interação Cleide… Você vivencia isso em sua prática profissional e tem muito a contribuir com seus pensamentos sobre esse tema!! Seguiremos produzindo e avançando nesse tema cuja relevância e benefícios são coletivos!!! Um grande abs RONY TSCHOEKE

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