Close

Elos invisíveis no mundo dos negócios

De um modo geral as empresas se parecem entre si: máquinas, equipamentos, procedimentos, certificações de qualidade, treinamentos, capacitações, líderes, subordinados, equipes, metas, alternância de momentos e fases, glórias e insucessos, recuperações, golaços, inovações, resistências, zonas de conforto, “rádio peão”, exigências impostas pelo cenário externo, novas demandas oriundas de modificações nas questões legais, turn over, recrutamento e seleção, contratações e demissões, absenteísmo, presenteísmo, sinistralidade elevado no uso de plano de saúde, estilo de vida das pessoas, enfim…

Some-se à isso tudo o que você vivencia e conhece bem da realidade da sua empresa e do seu local de trabalho.

Está assim e provavelmente continuará assim por algum tempo. Mas penso que pode ser muito diferente disso…

É claro que as pessoas são o principal ativo de uma empresa e isso não se discute. O que realmente pega é o que isso significa em termos práticos e como lidar com todas essas variáveis no dia a dia?!

Primeiramente vale chamar atenção para o fato de que ativo não é passivo. Partindo dessa simplista compreensão, há que se considerar o dinamismo do ambiente de trabalho em que as pessoas estão inseridas e tudo aquilo que elas trazem consigo oriundo da sua vida pessoal. As pessoas não são máquinas e portanto não funcionam da mesma maneira todos os dias – aliás ao longo de um mesmo dia a performance humana varia, pois é dinâmica, ativa e influenciável por uma série de variáveis que precisam ser consideradas e conduzidas com mais habilidade.

Vivemos um momento muito importante onde crescem em importância as chamadas soft skills, isto é: as habilidades mais comportamentais e menos técnicas.

A própria definição de sustentabilidade está mais ampliada. Tradicionalmente centrada no tripé Econômico, Ambiental e Social, amplia-se conceitual e efetivamente para mais dois pilares: espacial e comportamental. O pilar Espacial da sustentabilidade refere-se ao ambiente onde o indivíduo ou a empresa estão inseridos e à todos os envolvimentos e responsabilidades que a mesma pode e deve ter (posso detalhar isso num próximo artigo, mas pense que espacialmente uma pessoa pode ter saído da favela mas a favela não ter saído dela…). Agora, o pilar comportamental da sustentabilidade tem a ver com o comportamento das pessoas e aqui residem inúmeras possibilidades de fazer diferente – e melhor!

Não quero com isso separar as partes do todo, afinal o todo é sempre maior do que a soma das partes. Explico: de um lado as pessoas e de outro a empresa. Juntos e em funcionamento fazem acontecer a chamada Cultura Organizacional, que muitas vezes se quer está escrita ou descrita, mas que permeia e norteia as relações. Essa cultura pode ser produtiva ou nociva, saudável ou tóxica, positiva ou negativa, empreendedora ou repreensiva…

Mas existe um algo mais além da parte técnica, dos processos e da cultura organizacional, que são justamente os elos invisíveis que brotam e se ramificam entre as pessoas. Isso ocorre justamente no transcurso da realização do trabalho de cada um delas individual e coletivamente, na direção planejada pela empresa, afetada pelo cenário externo e intensificada pelos resultados obtidos.

Nesse momento quero chamar sua atenção para uma nova gama de possibilidades que se abre, sobretudo para os líderes e gestores das organizações, no sentido e que incluam (e sejam preparados para isso!) em suas pautas novas abordagens, novas orientações, novos formatos de conversas, de cobranças e de incentivos, considerando que as pessoas são o principal ativo das empresas e, como todo ativo, possuem comportamentos imprevisíveis e dinâmicos.

Quando os verdadeiros sujeitos desse processo são tratados como ativos de verdade, mudanças brotam intensamente, despertando novos comportamentos que poderão virão novos hábitos na medida em que os elos invisíveis sejam nutridos com acreditação, incentivo, escuta ativa, diálogo, mentoria e coacheamento (de coaching). Nem sei se essa palavra coacheamento existe, mas na prática ela representa conversas maduras entre dois indivíduos, dotados da maior capacidade humana que é a inteligência e que podem construir soluções inéditas no imenso oceano de problemas novos e complexos que se apresentam diariamente. Abre-se um enorme espectro de possibilidades a partir de perguntas e novas fórmulas de relacionamento interpessoal no trabalho!

Percebo que as pessoas podem se desenvolver mutuamente nessa questão comportamental, desde que devidamente instrumentalizadas e educadas para isso… As empresas podem se tornar os locais ideias para a formação de um novo cidadão, muito mais responsável e sustentável, que contribuirão com seu trabalho e suas atitudes para a construção de novos elos invisíveis no mundo dos negócios, impactando o seu interior e o seu exterior.

O mundo segue mudando e nos obrigando a repensar conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à sobrevivência. Porem muito mais do que sobrevivência nesse cenário de progressivo desaparecimento de empregos, profissões e modelos de negócios “antigos” ou ultrapassados, abre-se um sinuoso e interessante caminho novo, ainda não percorrido, que certamente contém ao longo do percurso o que de mais valioso existe quando se fala de pessoas: a possibilidade de que amanhã estejamos melhores do que hoje em relação a nós mesmos!!!

Essa travessia é maravilhosa e você está convidado a seguir adiante rumo ao futuro…

Rony Tschoeke

 

One Response to Elos invisíveis no mundo dos negócios

  1. Namir Piacentini

    Boa Rony

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *