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Netiqueta: a elegância no mundo digital

Utilizar seu dispositivo móvel para responder mensagens durante uma reunião posiciona você como um profissional conectado e multi-tarefa ou atesta seu desinteresse pelo assunto e desrespeito aos demais participantes?
Por Flávio Ferrari

O que as pessoas pensam quando você escreve um e-mail longo, utiliza palavras em letras maiúsculas chamando a atenção para o que considera importante, utiliza cores para diferenciar assuntos no texto e anexa arquivos grandes?

E quando envia mensagens curtas, diretas, informais e com abreviações?

Que roupa deve utilizar quando faz uma conferencia de trabalho via Skype as 22h00 em sua casa? Deve ligar a webcam ou não?

Seu chefe convida você para ser seu amigo no Facebook. Pode recusar? E o que você acha de convidar seu subordinado?

Aquele pequeno atraso de 5 ou 10 minutos para chegar na sala de reunião, tão típico dos profissionais mais flexíveis em seus conceitos de respeito aos colegas, é tolerável numa conferencia digital?

Utilizar seu dispositivo móvel para responder mensagens durante uma reunião posiciona você como um profissional conectado e multi-tarefa ou atesta seu desinteresse pelo assunto e desrespeito aos demais participantes?

E no bar, durante o happy-hour? Seu blackberry faz de você alguém mais importante ou um workaholic que não consegue se desligar do trabalho?

Postagens no Facebook, Foursquare, Instagram e Twitter durante o horário normal de trabalho são consideradas positivas? Isso depende da sua posição na empresa e do conteúdo das postagens?

Sua “persona” profissional deve ser diferente da privada no mundo digital? É adequado ter um e-mail diferente para mensagens pessoais?

Você deve pedir autorização aos presentes antes de tirar uma foto com seu celular e postá-las em alguma rede social informando onde está e com quem está?

Já parou para pensar que tudo aquilo que transita pelo mundo digital pode ser copiado e reproduzido sem sua autorização? O e-mail que você mandou hoje poderá estar na primeira página do jornal de amanhã. Ou mesmo um “print” de tela da sua conversa (incluindo imagens) com qualquer pessoa, fora do contexto original, pode ser “compartilhado” com o mundo.

E, diferentemente do que acontece com uma edição de um jornal, qualquer coisa postada na internet ficará lá para sempre, sendo replicada nas bases de dados dos mecanismos de busca e apresentada para os internautas cada vez que alguém digitar seu nome num browser.

“Etiqueta” está relacionada com respeito, gentileza, comunicação e percepção. No mundo digital, depende de algum conhecimento básico de tecnologia. Os códigos variam de país para país, de tribo para tribo e de plataforma para plataforma, mas algumas coisas são mais óbvias e universais.

Você liga para o celular do seu amigo e ele informa logo no início da conversa que está no exterior: desligue o mais rápido possível, pois é ele quem está pagando o roaming internacional (caríssimo). Sugira enviar um e-mail, conectar-se por telefonia IP ou, simplesmente, conversar na volta.

Usar seu “mobile” durante qualquer encontro, pessoal ou profissional, é sempre deselegante, não se engane. Você pode achar que está passando a impressão de que é conectado e importante, mas a verdade é que seus interlocutores não estão felizes por serem deixados em segundo plano e tenderão a desqualificá-lo por isso.

Conferencias digitais não costumam acomodar bem os atrasadinhos. Ao contrario, espera-se que todos os participantes estejam a postos e com seus problemas de conexão solucionados no horário marcado para o início da conferencia, o que requer que você “chegue” pelo menos 5 minutos antes.

Existe uma escala implícita de formalidade na comunicação digital, começando pelas mensagem de texto (SMS) e twites, passando por postagens em blogs ou micro-blogs e chats, chegando ao e-mail e, um passo mais a frente, aos documentos necessariamente mais formais como políticas da empresa, descrições de procedimentos, papers acadêmicos e contratos, de certa forma equivalente à vida fora do mundo digital.

Facebook pode ser comparado à “happy hour”. Se você só fala de trabalho vai ser considerado um chato. Se convida gente que não conhece para ser seu “amigo” é melhor ter uma boa abordagem. Se aceitar todo mundo que te convida, acabará tendo dor de cabeça. E, se tiver abusado na bebida, recomenda-se não navegar.

E-mail é uma combinação de carta, memorando e bilhete. A linguagem mais adequada depende da pessoa que irá receber e do tema que está sendo tratado, e pode variar de país para pais. No ambiente de trabalho brasileiro, ir direto ao ponto e sumarizar o tema em meia página de e-mail é sinal de objetividade. Em Portugal e em vários países da America Latina, é rude iniciar um e-mail sem alguma “mesura” e ser muito direto e sintético é percebido como agressividade.

Muitas empresas já identificaram a importância do tema e incluem a “netiqueta” em seus programas de treinamento, através de palestras de consultores e/ou, eventualmente, publicando um manual de orientação. O investimento vale a pena.

Fonte: www.administradores.com.br

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