Sua missão ao Vale do Silêncio

O Vale do Silício – que fica na Califórnia (USA) – é um apelido da região da baía de São Francisco onde estão situadas várias empresas de alta tecnologia e que tem mudado o mundo nos últimos e intensos anos… O vale abrange várias cidades do estado da Califórnia, como Palo Alto, São Francisco e Santa Clara, estendendo-se até os subúrbios de São José.

A palavra “silício” vem das empresas de pesquisa e manufatura de circuitos integrados de silício, como a Fairchild Semiconductor e a Intel, mas hoje a região é sede para várias empresas inovadoras (Google, Linkedin, Tesla e tantas outras de diferentes tamanhos!!!) muitas delas incluídas na Lista 500 da Fortune, além de centenas de empresas Startups que poderão fazer parte de nossas vidas amanhã mesmo!

O que ocorre de tão extraordinário no Vale do Silício para que este “lugar” esteja no centro das atenções do mundo todo, atraindo diariamente missões das mais diversas em busca de troca de experiências, vivências, aprendizados, inspiração e inovação? PESSOAS!!! Isso mesmo: além de tudo o que se tem por lá, o principal ativo do Vale do Silício são pessoas interagindo ativa e intensamente com pessoas dispostas a interagir com outras pessoas que interagem com outras pessoas muito dispostas e abertas à ouvir pessoas, contribuir, trocar, falar, ouvir, ouvir, experimentar, ouvir, perguntar, compartilhar, trocar, experimentar, tentar de novo, conversar, ouvir, circular, ler, estudar, pensar, repensar, experimentar, relaxar, sair da “caixa”, ultrapassar a zona de conforto e inovar – lembrando que inovar muitas vezes é simplesmente fazer diferente, de outro jeito, com a mente mais aberta e olhando por uma nova perspectiva, focada em soluções… Eis a magia disruptiva do Vale do Silício:  é quase como se durante a fase de aulas, os alunos estivessem com a mesma empolgação e o mesmo entusiasmo curioso da hora do recreio dos antigos tempos escolares primários… Confesso que denunciei abertamente minha idade agora! Vamos em frente, mas antes de prosseguir tente imaginar a liberdade e a disposição da hora do recreio sendo permitida e incentivada durante a aula de matemática por exemplo. Consegue perceber do que se trata o Vale?!!!

Nesse momento você deve estar quase certo ou certa que eu digitei errado o nome deste artigo ou então que você leu errado esse título. Indo direto ao ponto: nenhuma das alternativas anteriores. Este artigo vai falar mesmo da sua missão ao Vale do Silêncio.

Te convido a pensar no tato e no contato. Um corpo não pode viver sem a estimulação que o mundo oferece e, da mesma forma, o que seria do mundo sem um corpo para experimentá-lo? Somente sabemos quem somos porque temos um corpo que experimenta as coisas do mundo. Por isso que todas as pessoas devem reconhecer suas fronteiras corporais (e mentais) para que estejam presentes no mundo, ocupando seu espaço e contribuindo com o todo – que é muito maior do que a simples soma das partes…

Cada um de nós é um ser único em todos os aspectos, sobretudo em nosso dinamismo biológico e funcional. Apesar  de alguns padrões e eventuais similaridades de comportamento bem definidos, as relações das partes não são rigidamente determinadas. Não podemos compreender alguém por generalização, pois duas pessoas nunca serão exatamente semelhantes, nem mesmo se dispuserem de um genótipo considerado idêntico.

Cito Edgar Morin que nos brinda com: “A singularidade individual não concerne unicamente a morfologia, a anatomia, a fisiologia do organismo, mas a sua constituição molecular. Cada proteína tem a sua singularidade quanto a outras proteínas da mesma molécula (…)”

Eis o caráter da singularidade! Monteiro em seu livro Envelhecer, nos chama a atenção para a idade cronológica, que assim como o tempo, é uma abstração e portanto, cada um pode apresentar formas diferenciadas de acreditar no seu próprio tempo… Tempo esse que se tornou um dos grandes problemas da vida moderna, que nos obriga a fracionar cada dia em pedaços supostamente mais lineares e controlados, enfatizando um “antes” e um “depois” escravizantes de quase todos os acontecimentos cotidianos.

Acredito que não podemos administrar o tempo. Ele está passando. Podemos nos organizar melhor para aproveitar o TEMPO – pois estamos falando de uma abstração que supostamente só existe em nossa consciência. Consciência esta que clama por atenção em todo momento! E perceba que temos todos os momentos: podemos aquecer como o verão, contemplar como o outono, silenciar como o inverno e desabrochar como nossa primavera…

É desse silenciar que eu queria te falar.

Vá mais vezes ao Vale do Silêncio, pois somos todas as estações. Em nosso momento presente também estão o passado e o futuro. Aliás, o presente é o passado do futuro… Arrisco-me a lhe oferecer uma proposta (missão!).

Sua missão no Vale do Silêncio: escute-se mais vezes. Encontre-se consigo mesmo mais vezes. Experimente-se mais vezes. Inove mais vezes. Conserve-se mais vezes. Contemple-se mais vezes. Escute o outro. Esteja com o outro, mesmo que distante. Contemple o momento presente. Esteja presente. Interaja, conviva com muitos e compartilhe, mas olhe mais vezes para dentro de você mesmo e escute o seu silêncio: ele pode ter muito para lhe dizer!!! O silêncio: abra espaço para ele!

Nós nunca seremos jovens demais ou velhos demais para aprender as grandes lições da vida.

Acredite que, seja qual for a sua definição de sucesso, as suas chances de ter sucesso em qualquer iniciativa, projeto ou empreendimento que vier a assumir sempre poderão ser medidas pela sua crença em você mesmo. É absolutamente necessário procurar MAIS as razões pelas quais PODEMOS FAZER as coisas do que aquelas pelas quais não podemos fazer algo em nossa vida.

Descubra aquilo que o leva à agir – essa motivação certamente virá mais de dentro do que de fora!

Visite mais vezes o seu Vale do Silêncio!!!

E compartilhe depois 😉

Com carinho: Rony Tschoeke